Cá estou eu, mais uma vez, com
minha cara de bunda, esperando por alguém que não aparecerá nem dará
satisfação.
Às vezes realmente penso que sou
eu mesma a me “sabotar” pela similaridade e frequência de como as MESMAS coisas
acontecem comigo.
Isso cansa, entedia e mata aos
poucos.
Quando olho ao redor, vejo pessoas
e mais pessoas que conheço seguindo em frente, conquistando espaço e até seus
sonhos e, ao olhar pra trás de cada uma, vejo-me lá, presente em seus passados
e momentos muitas vezes críticos quando necessitaram de meu auxílio e o tiveram
justamente pra tais conquistas atuais.
Isso me faz, ainda mais, sentir-me
uma “merda”!
Sinto-me como uma ferramenta
daquelas indispensáveis pra um serviço. Você sabe que ela está disponível, vai
lá, pega-a, usa-a e, depois, coloca-a de volta no mesmo lugar por saber que a
necessitará novamente ou apenas deixa-a jogada num canto qualquer, sem mesmo se
preocupar se irá precisar novamente ou não. Se seu objetivo já tá alcançado, é
provável que não, então, pra que guardar?
Será que isso é mesmo meu “destino”,
ser “ferramenta” e não “construtora”?
É intensamente terrível observar
como as pessoas buscam propósitos de maneira tão mesquinha por mais que estes
envolvam outras pessoas. Pior é observar que esta busca é tão dependente de “ferramentas”
que torna as pessoas “pseudointeligentes”, por acreditarem que, tendo
indicação, têm tudo. Mais ainda é verificar como a busca por conhecimento está
cada vez mais difícil devido à preguiça direcionada à “atual” humanidade a
qual, pelas facilidades, acha que tem tudo na mão, como pela falta de interesse
PURO por uma curiosidade acerca dos amplos “mistérios da vida”.
(Parece que) Tudo hoje é “direcionado”
exclusivamente pra um único propósito, portanto, todas as demais coisas devem
ser descartadas, pois não influenciarão em seu objetivo. Simples.
Eu tento, empreendo, faço mil e
uma coisas diferentes e disso eu não posso reclamar, pois agradeço em ter uma
facilidade de aprendizado. Talvez eu exija demais do mundo... Será?
Será tão ruim assim exigir que as
pessoas se empenhem acerca de suas responsabilidades, por menores que sejam?
Será tão ruim assim dar a palavra
e cumprir?
Será tão ruim assim lembrar as
coisas de forma sentimental?
Será tão ruim assim dar uma satisfação
ao outro sobre algo combinado mutuamente?
Que raios de mundo é esse atual
em que ninguém parece mais respeitar ninguém, isso quando SE respeita?
Em que ponto a Humanidade se
perdeu afinal de contas? Ou tudo é apenas uma “mudança do destino fatídico
humano”?
Avaliando eras e povos antigos, é
fácil vermos diferenças entre culturas, porém, mesmo diferente de hoje, a “palavra”,
a “honra” ainda eram algo importante, mesmo nas pequenas ações e havia respeito
até entre inimigos, por mais que fossem se matar. E o que elas representam
atualmente se não apenas “mais uma irresponsabilidade”?
Se “amigos” combinam de se
encontrar, um falta e não dá satisfação pensando: “Ah, Fulano não vai morrer
por causa disso. Depois eu falo”. Enquanto tá lá o tal “Fulano” PERDENDO seu
tempo ESPERANDO em vão alguém que não aparecerá, podendo estar usando aquele
tempo de maneira mais construtiva, sem contar o fato da sensação de estar
cumprindo com sua responsabilidade, diferente do outro.
Aí um “amigo” fala algo e você,
crente nele, além de acreditar “piamente” ainda oferece ajuda, caso seja algum
problema, afinal, vocês têm uma relação próxima. Tempos depois, você vem
descobrir – independente do meio que for, porém quando não é diretamente da
pessoa é ainda pior – que tal “algo” dito pelo “amigo” foi uma mentira e, mesmo
assim, o “amigo” quer que você entenda e acha ruim quando você reclama, afinal
ele já fez isto outras vezes e ninguém morreu por causa disso.
E é esse “ninguém vai
morrer/morreu por causa disso” que me “mata”, porque eu não sou um “robô”, não
sou desprovida de sentimentos, então não pensem que tenho que ser “Buda” ou
qualquer outro “deus” ou entidade superior que seja. Sou HUMANA!
Releve, releve, releve... E por
tanto relevar, a gente só se fode, se
fode, se fode...
Admito que a vida e tudo
pertencente à ela é relativo, pois devemos considerar situações, pessoas e até
locais, porém uma das coisas mais tensas que costumo ver nessa nova “humanidade”
é o ditado: “Não leve a vida tão a sério porque você vai morrer mesmo”.
Então, responda-me aí: viemos ao mundo
a PASSEIO, foi? Putz, se for assim, quero que me informem, pelo menos, quando
sai meu voo de retorno aonde quer que tenhamos que retornar, por favor!
E as pessoas vão e vem, a Vida
continua e cada um fazendo o que acha mais certo. Mas, sinceramente, eu tô cada
vez mais me cansando de aguentar “cachaça de crianças”! Ninguém está disposto a
aprender pelos problemas alheios, então, aprenda experimentando a rebordosa,
porque só dará valor sentindo na pele!
E, no fim das contas, tudo isto talvez
seja única e exclusivamente a nossa “condição humana”!