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domingo, 15 de setembro de 2013

Brisa Selvagem - Primeiro Encontro

           Uma ainda jovem guerreira elfa conhecida apenas por Brisa Selvagem devido aos seus atos heroicos do passado, os quais fizeram sua figura conhecida nos arredores de todo o mundo, sendo seu “apelido” um eco de respeito entre todas as raças – mesmo as ditas inimigas dos elfos –, certo dia encontrava-se perambulando, como de costume, por mais uma das muitas cidades já conhecidas por seus olhos, continuamente em busca de algum novo desafio capaz de colocar seu espírito, mais uma vez, à prova.
             Durante sua passagem pelo mercado central dessa cidade, sentira a estranha e, paradoxalmente, já íntima sensação de estar sendo observada. A mesma a qual sentira, pela primeira vez, há exatos 28 anos atrás, quando dera início à sua caminhada espiritual em busca de respostas para as questões mais profundas de seu ser; caminhada esta que a apresentara diversas experiências, nem sempre boas, as quais a fizeram agir como nunca antes imaginara, levando-a a percorrer um caminho cada vez mais entrelaçado, um verdadeiro labirinto interior responsável por sua atual situação. Agiu como fazia comumente nessas horas: percorreu, discretamente, o local ao seu redor, não deixando seu olhar perder um mínimo detalhe, procurando o dono dessa torturadora sensação, tendo o mesmo resultado de suas vãs buscas anteriores – a desesperadora frustração de costumeira perda.
             Após desistir de mais uma busca frustrada, a jovem elfa seguiu caminhada a taberna. Por ser um local onde diversas pessoas se reúnem, inclusive viajantes como ela, lá pretendia encontrar alguém que lhe dissesse um novo rumo a seguir. Porém, antes mesmo de chegar à ruela que levava à taberna, Brisa Selvagem depara-se com dois marmanjos saqueando uma idosa senhora. Com fúria no olhar, a guerreira deixa sua impulsividade subjugá-la e corre para ajudar a anciã. Os assaltantes, ao perceberem a ameaçadora presença, logo fogem por um dos becos da pequena rua, jogando o cansado corpo da senhora em direção à elfa, sendo esta obrigada a desacelerar seus passos para ampará-la.
            - A senhora está bem?
            - Sim, obrigada minha jovem! - a anciã com o fôlego desgastado tentando recompor-se. - Tenho que voltar para minha casa.
            - Tem mesmo certeza de que está bem?
- Só o fato de ainda estar viva já me é de grande valha, minha filha!
- Bom, então vou atrás daqueles desgraçados para tentar reaver o que lhe roubaram.
- Não, não vá! - a velha senhora segurando com firmeza o braço da guerreira responde. - Não é necessário arriscar sua vida por causa de simples moedas que têm valor apenas no mundo material.
A jovem só naquele momento encarara a humana percebendo ter a mesma os glóbulos oculares completamente brancos, como se uma névoa os encobrissem, percebendo, então, ser a velha senhora cega.
Sentindo a perplexidade da elfa, a anciã diz sorrindo:
- Não posso deixar de achar engraçado a reação das pessoas ao se depararem com a realidade.
- Ehh... Desculpe-me! - responde Brisa Selvagem baixando a cabeça, envergonhada.
- Eu não me incomodo com isso. - a velha senhora ainda sorrindo. - Esqueça os ladrões. Nem sempre a justiça humana é capaz de sanar os males causados pela própria humanidade. Venha! Gostaria de tê-la como convidada para um chá em minha casa. - esticando a mão em oferecimento à elfa.
A guerreira olha e segura a mão da anciã, que, sorrindo, começa a andar, guiando Brisa Selvagem até sua casa.

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